Licença paternidade para servidor público: o que é? Como solicitar?

Licença paternidade

A licença paternidade é um direito fundamental que permite aos pais a oportunidade de estar presente nos primeiros dias de vida de seus filhos. 

No contexto do serviço público, os servidores também têm esse direito, embora as regras e normas que regem a licença paternidade variem de acordo com as regiões do país e a legislação específica a ser aplicável. 

Neste artigo, vamos aprender sobre as principais diretrizes que regulamentam a licença paternidade para servidores públicos, com foco nas principais normas que regem o ordenamento brasileiro.

Vamos lá? 

O que é a Licença Paternidade?

A licença paternidade é um benefício que permite aos pais afastarem-se temporariamente do trabalho para cuidar de seus filhos recém-nascidos ou recém-adotados. 

Esse período de afastamento visa proporcionar o suporte necessário para a adaptação do pai ao novo papel, bem como permitir a participação ativa na vida do filho nos primeiros momentos cruciais. 

A licença paternidade é uma parte importante do conceito de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, promovendo a igualdade de gênero e a construção de laços familiares mais fortes.

Benefícios da Licença Paternidade 

A licença paternidade no serviço público oferece inúmeros benefícios, tanto para os servidores quanto para a administração pública e a sociedade como um todo. 

Algumas das vantagens mais evidentes incluem:

1. Fortalecimento dos vínculos familiares

A licença paternidade permite que os pais estejam presentes nos primeiros dias de vida do filho, estabelecendo laços afetivos e contribuindo para o desenvolvimento emocional da criança. 

Isso também fortalece a parceria entre o casal, compartilhando a responsabilidade do cuidado com o bebê.

2. Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal

O direito à licença paternidade promove o equilíbrio entre as responsabilidades familiares e profissionais, proporcionando aos servidores públicos a oportunidade de cumprir seus deveres parentais sem prejudicar sua carreira.

3. Promoção da igualdade de gênero

Ela também contribui para a promoção da igualdade de gênero, incentivando uma distribuição mais equitativa das responsabilidades de cuidado com os filhos entre homens e mulheres.

Isso é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

4. Contribuição para a saúde e bem-estar da família

O suporte do pai nos primeiros dias de vida de um bebê é essencial para o bem-estar da mãe e do recém-nascido. 

Além disso, a presença ativa do pai na fase inicial da vida do filho pode reduzir o estresse e a sobrecarga da mãe.

5. Redução da rotatividade no serviço público

O estabelecimento do direito à licença paternidade como benefício aos servidores pode ajudar a reduzir a rotatividade de funcionários, uma vez que os servidores se sentirão mais valorizados e motivados em seus locais de trabalho.

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Como funciona a Licença Paternidade no Brasil?

No Brasil, a licença paternidade para servidores públicos é regulamentada por meio de leis e normas específicas. 

A legislação varia conforme o âmbito do serviço público, englobando servidores federais, estaduais e municipais. 

Abaixo, abordaremos as diretrizes aplicáveis à iniciativa privada e aos servidores públicos federais.

Iniciativa Privada

Na iniciativa privada, a licença paternidade é regida pela Lei nº 13.257/2016. De acordo com essa lei, os pais têm direito a 5 dias corridos de licença paternidade. 

Durante esse período, o pai tem direito a receber o salário integral, que é pago pelo empregador. 

Além disso, a lei também prevê que, em algumas circunstâncias, esse prazo pode ser estendido.

Servidores Públicos Federais

Os servidores públicos federais têm seus direitos e deveres regidos pela Lei nº 8.112/1990, conhecida como o Estatuto dos Servidores Públicos Federais. 

No entanto, a licença paternidade para servidores públicos federais está prevista na Lei nº 8.112/1990 e também é regulamentada pelo Decreto nº 8.737/2016, que promulgou as diretrizes gerais para a concessão da licença paternidade no serviço público federal.

De acordo com essas normas, um servidor público federal tem direito a 5 (cinco) dias consecutivos de licença paternidade. 

Essa licença pode ser prorrogada por mais 15 (quinze) dias caso o servidor faça uma declaração de participação em programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável.

É importante notar que o Decreto nº 8.737/2016 não impõe restrições quanto à utilização da licença paternidade. 

Isso significa que o servidor pode gozar desses dias imediatamente após o nascimento do filho ou adotivo, sem a necessidade de aguardar uma data específica.

Servidores Públicos Estaduais e Municipais

Em relação aos servidores públicos estaduais e municipais no Brasil, a regulamentação da licença paternidade pode variar de acordo com as legislações locais. 

Muitos estados e municípios possuem regras próprias que definem a duração e as condições da licença paternidade.

Portanto, é fundamental que os servidores públicos estaduais e municipais estejam cientes das normas específicas de seus respectivos órgãos ou entidades, bem como das leis estaduais e municipais que regulamentam a matéria. 

Para obter informações detalhadas sobre a licença paternidade em seu estado ou município, os servidores devem consultar o órgão de recursos humanos responsável.

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Quais os requisitos para a Licença Paternidade para servidores públicos?

A obtenção da licença paternidade para servidores públicos federais está sujeita a certos requisitos estabelecidos na Lei nº 8.112/1990. Abaixo, destacamos os principais requisitos:

  • Comprovar o nascimento ou a adoção do filho: para obter a licença paternidade, o servidor deve comprovar o nascimento ou a adoção da criança.
  • Requerimento formal: o servidor deve formalizar o pedido de licença paternidade perante o órgão ou entidade em que estiver lotado, dentro do prazo estabelecido.
  • Estar no exercício do cargo: o servidor precisa estar em pleno exercício de suas funções no momento do nascimento ou adoção do filho.

É importante salientar que a legislação pode ser alterada ao longo do tempo, portanto, é essencial verificar as regras atualizadas no momento em que a licença paternidade for solicitada.

Licença Paternidade em caso de adoção

A licença paternidade não somente se aplica apenas a casos de nascimento biológico. Ela também se estende a pais que adotam uma criança. 

Em tais situações, os procedimentos e os direitos do pai podem variar de acordo com a legislação específica que regula a adoção.

Na esfera federal, a Lei nº 8.112/1990 também prevê a concessão de licença paternidade em caso de adoção

Nesse contexto, o servidor público federal tem direito a licença nos termos e prazos estabelecidos na legislação pertinente à adoção. 

Em geral, a licença paternidade em casos de adoção tem a finalidade de permitir que o pai adotivo se dedique aos cuidados iniciais da criança recém-adotada.

Como solicitar a Licença Paternidade para servidores públicos?

Seguindo esses passos, o servidor público poderá solicitar a licença paternidade de acordo com as regulamentações e procedimentos estabelecidos, garantindo que seus direitos sejam respeitados e que ele possa desfrutar da licença de forma adequada.

Para solicitar a Licença paternidade, o servidor público deve deve:

  • Acesse o sistema Sigepe: O servidor público deve acessar a página do Sigepe, que é o Sistema de Gestão de Pessoas do Governo Federal, por meio do seguinte link: Página do Sigepe.
  • Faça o login: Após acessar a página, o servidor deve procurar e clicar em “SIGEPE SERVIDOR E PENSIONISTA” e, em seguida, fazer o login no sistema. Isso pode ser feito usando a senha SIGAC (se você tiver) ou certificado digital.
  • Acesse a área do servidor: Após o login bem-sucedido, o servidor terá acesso à sua área no sistema Sigepe.
  • Inicie o requerimento: Dentro do sistema, clique na opção “Requerimento” para iniciar o processo de solicitação da licença paternidade.
  • Escolha “Licença Paternidade”: Na seção de “Requerimento”, selecione a opção “Solicitar” e, em seguida, escolha “Incluir Requerimento.” Isso dará início ao processo de solicitação.
  • Preencha os dados: Preencha os campos do formulário de requerimento com as informações necessárias. Isso normalmente incluirá seus dados pessoais, datas importantes e informações específicas relacionadas à licença paternidade.
  • Anexe documentos: Anexe a certidão de nascimento do filho ou, no caso de adoção, o documento de concessão de guarda ou adoção, de acordo com a situação. Esses documentos são cruciais para comprovar a necessidade da licença paternidade.
  • Assine digitalmente: Assine digitalmente o requerimento para confirmar a solicitação.
  • Envie para análise: Por fim, envie o requerimento para análise. Isso encaminhará sua solicitação ao órgão competente (Dapes) para avaliação.

O Departamento de Administração de Pessoal (Dapes) analisará o requerimento e tomará a decisão de aprovar ou negar o pedido. 

Se forem necessários documentos adicionais, eles solicitarão ao servidor por meio do Sigepe.

Após a análise, o Dapes emitirá uma decisão de deferimento (aprovação) ou indeferimento (rejeição) da solicitação. O servidor será notificado da decisão por e-mail.

Conclusão

A licença paternidade é um direito importante que visa fortalecer os laços familiares e promover a igualdade de gênero na sociedade. 

Para os servidores públicos no Brasil, tanto federais quanto estaduais, existem regulamentações específicas que estabelecem os direitos e os requisitos para a obtenção da licença paternidade. 

Sobre este ponto, é essencial que os servidores estejam cientes dessas regulamentações e exerçam seu direito quando necessário.

Além disso, a licença paternidade em casos de adoção é uma extensão desse direito, reconhecendo a importância do papel do pai adotivo no desenvolvimento da criança. 

No entanto, as regulamentações podem variar, portanto, é fundamental verificar as normas específicas do setor público em que o servidor está lotado, bem como a legislação atualizada.

Por fim, a licença paternidade é uma conquista significativa que contribui para a construção de lares mais equitativos e fortalece os laços familiares desde o início da vida de uma criança. 

É um direito que deve ser plenamente compreendido e utilizado pelos servidores públicos no Brasil.

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Agnaldo Bastos
Agnaldo Bastos

Advogado especialista em ajudar candidatos de concursos públicos que sofrem injustiças e, também, servidores públicos perante atos ilegais praticados pela Administração Pública, atuando em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e em Ações de Ato de Improbidade Administrativa.

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