O resultado da prova objetiva do Concurso MPU (Ministério Público da União), divulgado nesta semana, está com o prazo aberto para interpor recurso até o dia 12 de junho, através do site da banca examinadora (FGV).
Se você identificou questões equivocadas, conteúdos não previstos no edital ou divergências nos gabaritos, é essencial saber como elaborar e interpor um recurso de maneira clara e eficaz.
Por isso, neste artigo, vou explicar passo a passo como interpor recurso na prova objetiva do concurso MPU, com foco em estratégias que podem aumentar suas chances de sucesso.
Como deve ser feita a fundamentação do recurso administrativo da prova objetiva do Concurso MPU
Para interpor um recurso administrativo contra a prova objetiva do Concurso MPU de maneira eficaz é fundamental que o candidato esteja atento aos seguintes aspectos:
Primeira parte do recurso: objeto do recurso
O primeiro passo é indicar exatamente qual a questão que está sendo objeto de contestação. Por isso, indique:
- o número da questão;
- o enunciado (ou parte dele);
- o motivo pelo qual o candidato acredita que a resposta da banca está incorreta ou equivocada.
Além disso, é essencial escrever um texto com clareza já na primeira parte do recurso, isso porque o examinador necessita compreender de imediato qual é a solicitação e o porquê está sendo objeto de refutação.
Lembre-se que cada recurso deve tratar de uma questão por vez, como determina a banca do concurso, FGV.
Segunda parte do recurso: fatos e fundamentação legal
A segunda parte do recurso administrativo deve apresentar a fundamentação jurídica. Neste ponto, a FGV valoriza recursos embasados com fatos e fundamentos legais, por isso apresente argumentos técnicos com fulcro em:
- doutrina, jurisprudência ou dispositivos legais;
- outras provas;
- livros acadêmicos;
- normas atualizadas;
- princípios administrativos (como, por exemplo, legalidade, razoabilidade e isonomia).
Nesta parte do recurso, é importante que o candidato evite argumentos subjetivos e pessoais, pois quanto mais sólido o fundamento, maiores as chances de êxito.
Terceira parte do recurso: conclusão
A conclusão do recurso administrativo deve ser breve e respeitosa, devendo ser mantida a linguagem formal e profissional. Além disso, é recomendável agradecer à banca pela oportunidade de apresentar o recurso e, se for o caso, solicitar a reconsideração da decisão.
6 tipos de questões que podem ser contestadas

Você pode recorrer nos seguintes tipos de questões:
1) Conteúdo não previsto no edital
A banca examinadora deve seguir o conteúdo programático divulgado no edital de abertura. Dessa forma, se uma questão aborda um tema que não está no programa oficial, o candidato tem direito de recorrer.
Afinal, esse tipo de situação fere o princípio da legalidade e da previsibilidade, prejudicando a isonomia entre os concorrentes.
Além disso, questões que não estão previstas no edital têm alta chance de anulação.
Erros grosseiros de gabarito
Quando a resposta considerada correta pela banca contraria um entendimento consolidado, por si só, isso justifica a interposição de recurso.
Nestes casos, é importante apresentar fundamentos sólidos que comprovem o equívoco da banca, como, por exemplo: artigos de lei, livros consagrados, doutrinas renomadas, legislação e jurisprudência dos Tribunais Superiores.
Se o candidato comprovar o erro e a banca aceitar o recurso, ela poderá alterar ou anular o gabarito da questão.
Ambiguidade ou vício de redação
Questões mal formuladas, com termos ambíguos ou confusos podem gerar dupla interpretação ou até tornar mais de uma alternativa aparentemente correta.
Neste caso, os recursos com essa argumentação devem destacar os trechos ambíguos e propor uma interpretação lógica do enunciado.
Conteúdos desatualizados
Um dos deveres da banca é elaborar as questões com base em normas vigentes quando o edital foi publicado.
Se existem questões com leis revogadas ou conceitos ultrapassados, cabe recurso administrativo. Esse tipo de questão induz o candidato ao erro mesmo que ele tenha estudado com material atualizado.
Neste caso, na elaboração do recurso, o candidato deve indicar o dispositivo legal atualizado e reforçar o pedido de anulação ou correção do gabarito.
Assertivas inconsistentes
Quando há alternativas que se contradizem ou conflitam com o texto base, a questão torna-se inconsistente, e essa situação acaba por prejudicar a lógica da resolução e compromete a avaliação objetiva do conhecimento.
No recurso, o candidato deve demonstrar, com base no próprio enunciado ou texto de apoio, que a questão não permite resposta única. Esse tipo de questão é justificável para anulação.
Violação dos critérios de correção
E, por fim, há alguns casos, que banca aplica critérios de avaliação diferentes dos previstos no edital ou no padrão de resposta. Isso pode ocorrer na correção automatizada ou no julgamento de recursos.
Neste tipo de situação, é indispensável que o recurso seja respaldado no item do edital que rege a correção, assim como é essencial demonstrar a violação do critério de correção.
O que acontece após envio do recurso?
Após o envio do recurso dentro do prazo estabelecido no edital, a banca analisará cada recurso internamente, com parecer técnico.
Caso o recurso seja deferido, o gabarito pode ser alterado ou a questão anulada. Além disso, há uma atualização da nova pontuação dos candidatos, inclusive para aqueles que optaram por não recorrer.
Agora, se o recurso for indeferido e ainda sim subsistir uma ilegalidade, ainda há a possibilidade de optar pela via judicial com o auxílio de um advogado especializado em concurso público.
Conclusão
Recorrer à prova objetiva do Concurso MPU não é apenas um direito: é uma estratégia inteligente para o caminho da aprovação.
Por isso, os candidatos devem identificar os erros, fundamentar bem e enviar o recurso no prazo estabelecido.
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Perguntas Frequentes sobre prova objetiva do Concurso MPU
Candidato com inscrição homologada, após divulgação do gabarito ou resultado preliminar.
Um por questão e etapa, conforme previsto no edital.
Não, mas pode gerar retificação ou anulação da questão.
É possível recorrer judicialmente via mandado de segurança, com advogado.