Quais as regras para PCDs em Concursos de Polícia, Bombeiros e Forças Armadas?

Quais as regras para PCDs em Concursos de Polícia, Bombeiros e Forças Armadas

Você sabe quais são as regras para PCDs em Concursos de Polícia, Bombeiros e Forças Armadas?

Os candidatos com deficiência têm alguns direitos garantidos por lei. Permitindo que o candidato realize e  participe de concursos públicos em condições de igualdade com os demais candidatos.

Mas será que todas as regras também valem para as carreiras da segurança e defesa do Estado?

Neste artigo, vou te explicar sobre as regras para PCDs em concursos de Polícia, sobre o entendimento da jurisprudência e a proteção dos direitos do candidato.

Qual a legislação que garante o acesso de PCDs aos concursos?

O direito das pessoas com deficiência (PCDs) estão previstos na:

  • Constituição Federal;
  • Lei nº 8.112/1990;
  • Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015); e
  • Decreto nº 9.508/2018. 

Segundo este compilado de legislações, é obrigatório a reserva de, no mínimo, 5% das vagas para pessoa com deficiência. Isso desde que haja compatibilidade entre as atribuições do cargo e a comprovação da deficiência do candidato. 

Além disso, existe também a Lei nº 14.126/2021, o qual reconhece e caracteriza como deficiência não somente os aspectos físicos, mas também pessoas que detém de deficiências sensoriais, intelectuais e psicossociais.

Existe reserva de vagas para PCDs em concursos policiais, militares e bombeiros?

Sim, existe reserva de vagas para PCDs em concursos públicos para policiais e bombeiros. No entanto, essas vagas devem respeitar a compatibilidade com as atividades do cargo.

Ou seja, mesmo com a previsão legal de reserva, se o cargo não tiver compatibilidade com as deficiências, a banca organizadora do concurso pode restringir ou excluir a participação de PCDs em determinadas funções públicas.

No entanto, para isso acontecer, a banca precisa basear sua decisão em laudos técnicos que comprovem que a deficiência inviabiliza o exercício pleno das atribuições do cargo.

Já nas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) existe uma legislação própria. 

A Constituição Federal permite que o poder público regule a seleção. Por isso, em geral, os concursos para a carreira militar não possuem obrigatoriedade em fazer a reserva de vagas PCDs. Isso porque os cargos exigem força física intensa e uma doutrina operacional exigente.

Como funciona a avaliação médica e biopsicossocial?

A avaliação médica e biopsicossocial é uma etapa obrigatória para todos os candidatos que se inscreverem para as vagas de PCDs.

Nesta fase, os candidatos passam por uma série de avaliações para comprovar a existência da deficiência e verificar a compatibilidade com o cargo público.

No caso dos concursos policiais e militares, em geral, essa avaliação é um pouco mais rigorosa. Além disso, há certames com testes físicos (TAF), teste para capacidade de portar armamento, exames específicos para as atividades operacionais e resistência emocional.

Como recorrer a uma exclusão indevida como PCD?

Se a banca impedir um candidato PCD de continuar no certame sem justificativa plausível, como a incompatibilidade da deficiência com o cargo, o candidato pode apresentar um recurso administrativo.

Na elaboração do recurso é importante conter os laudos médicos complementares e outros pareceres que atestem sua capacidade para assumir o cargo.

Se a banca indeferir o recurso, o candidato PCD pode ingressar com um mandado de segurança ou ação ordinária na Justiça, com o auxílio de um advogado especializado em concurso público.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), se posicionou em relação aos candidatos PCDs que buscam o direito de participar de concursos para o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. 

Em uma das decisões, o tribunal entendeu que a verificação da compatibilidade da deficiência com as atribuições do cargo exige dilação probatória, ou seja, cada caso deve ser avaliado individualmente.

Já o Superior Tribunal Militar (STM), em seu último edital de concurso público, estabeleceu que o primeiro candidato com deficiência classificado será convocado para ocupar a quinta vaga aberta. Já os demais serão convocados a cada intervalo de 20 vagas providas. O objetivo dessa medida é garantir a participação de PCDs em cargos compatíveis dentro das Forças Armadas.

Conclusão

As regras para PCDs em concursos de Polícia são mais rígidas, mas a legislação brasileira e a jurisprudência têm evoluído para garantir o direito à participação e à igualdade de condições no processo seletivo e nos órgãos públicos. 

Por isso, é essencial que todos os candidatos PCD conheçam seus direitos para enfrentar a burocracia e os preconceitos que, muitas das vezes, ainda persistem nesses certames.

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Perguntas frequentes sobre regras para PCDs em concursos de Polícia

Agnaldo Bastos
Agnaldo Bastos

Advogado especialista em ajudar candidatos de concursos públicos que sofrem injustiças e, também, servidores públicos perante atos ilegais praticados pela Administração Pública, atuando em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e em Ações de Ato de Improbidade Administrativa.

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