Direito de vista da prova discursiva em concurso público: entenda como funciona

O direito de vista da prova discursiva em concurso público é um tema fundamental para todo concurseiro.

Trata-se do direito que você tem de acessar o espelho de correção da sua prova, garantindo a transparência no certame.

Neste artigo, explico os detalhes desse direito, os momentos em que você pode exercê-lo e a jurisprudência que o embasa.

Continue a leitura para entender como você pode utilizar esse recurso.

O que é direito de vista da prova discursiva?

O direito de vista da prova discursiva é uma garantia fundamental em que você tem direito de acessar o espelho de correção da sua avaliação no concurso público.

Assim, com esse documento, será possível entender os critérios utilizados na avaliação e o porquê você ganhou ou perdeu determinados pontos.

Esse direito está fundamentado nos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, previstos no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.

Nesse caso, para exercer seu direito de vista, você deve seguir as instruções, procedimentos e prazos previstos no edital do concurso.

Quando o candidato tem direito de vista da prova discursiva?

O direito de vista da prova discursiva deve ser garantido no concurso público, sempre visando garantir a transparência e isonomia no certame.

Veja situações e momentos específicos que garantem o direito de vista:

  • Após a divulgação dos resultados preliminares: em geral, após a divulgação dos resultados preliminares da prova discursiva, você pode solicitar a vista da sua prova. Isso permite que você verifique a correção e, se necessário, prepare um recurso administrativo contra possíveis erros na avaliação;
  • Durante o período de recursos: o edital do concurso deve prever um período para interposição de recursos. Durante esse período, você tem o direito de acessar sua prova corrigida e o espelho de correção, possibilitando a contestação fundamentada de eventuais erros;
  • Em casos de reprovação: se você for reprovado na etapa discursiva, também tem o direito de vista para entender os motivos da reprovação e, se for o caso, contestar a decisão.

É importante saber que a jurisprudência brasileira reforça o direito de vista da prova discursiva, conforme analisei diversas decisões judiciais.

Nesse sentido, os tribunais têm reiterado que a negativa de acesso à prova corrigida fere os princípios da ampla defesa, do contraditório e da publicidade dos atos administrativos.

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Jurisprudência favorável ao direito de vista da prova discursiva

A jurisprudência brasileira reconhece a importância do direito de vista da prova discursiva, assim, reforçando a transparência e a isonomia nos concursos públicos.

Nesse caso, as decisões são fundamentadas nos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, garantindo que você possa revisar e questionar as correções de suas provas.

A seguir, apresento algumas decisões judiciais que demonstram esse entendimento:

STF e o direito de vista 

O Supremo Tribunal Federal (STF) já se manifestou diversas vezes sobre o direito de vista em concursos públicos.

Em algumas decisões, a Corte reafirmou que negar ao candidato a possibilidade de revisar sua prova e os critérios de correção fere os princípios da ampla defesa e do contraditório.

STJ e os critérios objetivos

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também tem uma ampla jurisprudência favorável ao direito de vista.

Em várias decisões, o STJ destacou que a correção das provas discursivas deve seguir critérios objetivos e transparentes.

Uma das decisões mais relevantes estabeleceu que a ausência de critérios definidos para a correção ou, ainda, a aplicação de critérios subjetivos pode ser contestada, pois você tem o direito de conhecer as razões exatas para a atribuição de sua nota.

Tribunais Regionais Federais 

Os Tribunais Regionais Federais (TRFs) têm acompanhado o entendimento dos tribunais superiores, reconhecendo o direito de vista como uma garantia fundamental para os concurseiros.

Em suas decisões, os TRFs têm enfatizado a necessidade de transparência e objetividade na correção das provas, destacando que a administração pública deve permitir o acesso dos candidatos aos espelhos de correção e aos critérios aplicados.

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Problemas mais comuns nas provas discursivas

Os problemas nas provas discursivas são bastante frequentes, então é importante conhecê-los para exigir seu direito de vista da avaliação.

Veja a seguir os problemas mais comuns:

  • Divergência entre a prova e o edital: quando a avaliação apresenta questões fora do conteúdo especificado no edital, você pode questionar a legalidade dessas questões;
  • Falta de clareza nas questões: perguntas confusas ou mal-formuladas dificultam a compreensão do que está sendo avaliado, então os enunciados vagos, conceitos mal explicados ou erros de digitação são motivos para solicitar uma revisão;
  • Critérios de correção subjetivos: a correção deve seguir critérios transparentes e objetivos, porque a falta de transparência nos critérios utilizados pela banca examinadora pode levar a uma avaliação injusta, sendo possível questionar a avaliação se não houver objetividade;
  • Inconsistências na pontuação: discrepâncias na distribuição de pontos entre as questões ou partes da prova podem ser motivo para recurso. Se a pontuação atribuída não seguir os critérios divulgados, você pode solicitar uma revisão;
  • Falta de feedback detalhado: você tem direito à avaliação detalhada sobre o seu desempenho. A ausência de justificativas claras para a perda de pontos é um problema comum e pode ser contestado.

Portanto, conhecer esses problemas e saber como recorrer da maneira adequada é essencial para garantir uma avaliação justa e transparente.

Conclusão

É fundamental compreender o direito de vista da prova discursiva para garantir que sua avaliação seja transparente e isonômica.

Além disso, saber quando e como utilizar esse direito pode fazer a diferença no seu desempenho em concursos públicos.

Porém, caso você tenha dúvidas ou precise de orientação específica sobre como proceder, busque a ajuda de advogados especializados em concursos públicos.

Agnaldo Bastos
Agnaldo Bastos

Advogado especialista em ajudar candidatos de concursos públicos que sofrem injustiças e, também, servidores públicos perante atos ilegais praticados pela Administração Pública, atuando em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e em Ações de Ato de Improbidade Administrativa.

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