De quanto em quanto tempo tem concurso público?

Você já se perguntou de quanto em quanto tempo tem concurso público? Essa é uma dúvida comum entre os concurseiros. 

No entanto, saber apenas o calendário das seleções não é  suficiente para compreender  todos  os seus direitos como candidato. De fato, existem informações importantes para quem já participou de concursos de determinados órgãos  quanto  para quem  ainda pretende prestar futuras provas. 

Por isso, neste artigo, vou te explicar sobre quanto tempo tem concurso público e os direitos dos candidatos.

De quanto em quanto tempo tem concurso público e o que isso significa para os candidatos

Saber de quanto em quanto tempo ocorre um concurso público depende de diversos fatores, como, por exemplo: 

  • a legislação vigente; 
  • a necessidade de reposição de pessoal; e 
  • a vigência de concursos anteriores. 

Lembrando que os órgãos públicos não são obrigados a realizar concursos em períodos fixos. No entanto, são obrigados a respeitar o prazo de validade dos certames já realizados, que normalmente é de até dois anos, prorrogável por mais dois.

Por isso, essa periodicidade de certames varia bastante entre os órgãos. Por exemplo, o INSS pode abrir concursos a cada 4 ou 5 anos, enquanto prefeituras realizam processos seletivos anuais ou até semestrais. 

Além disso, mesmo quando não existe concurso ativo, é importante conhecer os direitos assegurados antes, durante e após a prova para garantir maior segurança jurídica e permitir que o candidato possa recorrer em situações injustas.

Direitos dos candidatos antes da realização da prova

Antes da aplicação da prova de concurso, os candidatos têm diversos direitos que devem ser respeitados pelos organizadores do certame. Esses principais direitos são:

Edital claro e acessível

O edital deve conter todas as regras do concurso, incluindo: 

  • data da prova; 
  • conteúdo programático; 
  • número de vagas; 
  • critérios de avaliação;
  • prazos para recursos;
  • entre outras informações. 

Se houver ambiguidades ou omissões, o candidato pode contestar o edital administrativamente e, se necessário, judicialmente.

Isenção de taxa

Candidatos de baixa renda, inscritos no CadÚnico ou doadores de medula óssea têm direito à isenção da taxa de inscrição, desde que comprovem os requisitos previstos em edital.

Atendimento especial

Candidatos que se enquadrem em algum atendimento especial, como pessoas com deficiência (PCD), lactantes e candidatos em situações específicas têm direito a atendimento especial: 

  • Salas adaptadas;
  • Tempo adicional;
  • Acompanhamento de terceiros;
  • Entre outros, conforme o edital do concurso e a legislação atual. 

No entanto, esse direito não é automático, tendo em vista que o candidato precisa informar sua condição à banca organizadora do certame no ato da inscrição.

Igualdade de condições

Todos os candidatos devem ser tratados de forma igualitária, sem favorecimentos ou discriminações. 

Ou seja, acesso ao mesmo conteúdo, ao mesmo tempo de prova e condições físicas semelhantes nos locais de aplicação das provas.

Divulgação do conteúdo programático

O órgão público não é obrigado a oferecer preparação, no entanto, é dever da administração garantir a divulgação com antecedência razoável do conteúdo programático para que os candidatos possam se preparar adequadamente.

Direitos dos candidatos após a prova: o que fazer diante de irregularidades

Após a aplicação da prova do concurso, os direitos dos candidatos continuam sendo protegidos por normas legais e princípios do direito administrativo, como legalidade, moralidade e ampla defesa.

Veja quais são esses principais direitos:

Acesso ao gabarito e provas

Todos os candidatos têm direito de acessar o gabarito preliminar e a própria prova aplicada. Isso permite a conferência dos acertos e a verificação de possíveis erros da banca. No caso de erros, o candidato pode entrar com um recurso administrativo e, se necessário, entrar na justiça com o auxílio de um advogado especializado em concurso público.

Direito ao recurso

É direito do candidato interpor recurso administrativo contra questões mal formuladas, gabarito errado ou avaliação injusta. 

O recurso deve ser fundamentado com argumentos válidos, apresentado dentro do prazo e seguindo os critérios estabelecidos no edital do concurso.

Transparência na correção

A banca examinadora do concurso deve garantir que os critérios de correção sejam objetivos e previamente divulgados. 

No caso de provas discursivas e redações, é direito do candidato ter acesso ao espelho de correção da prova e saber o motivo da sua nota. Essas informações são essenciais para os candidatos que consideram sua nota injusta e desejam recorrer.

Revisão de eliminação

Candidatos eliminados por erro material, ausência injustificada, problemas médicos ou falhas da organização têm direito à ampla defesa. 

Ou seja, dependendo da situação, o candidato tem o direito de apresentar novos documentos, recorrer da eliminação e solicitar nova avaliação.

Convocação do cadastro de reserva

Se o candidato não foi aprovado dentro do número de vagas, mas ficou classificado dentro do cadastro reserva divulgado em edital, ele tem direito a ser chamado durante a vigência do concurso.

No entanto, essa convocação não é obrigatória. Ela ocorre apenas quando há necessidade de pessoal por parte da Administração Pública –  ou seja, em situações como a abertura de novas vagas, aposentadorias, exonerações ou desistências de candidatos previamente chamados.

Como garantir seus direitos em cada etapa do concurso

Veja agora as principais dicas para você garantir seus direitos em cada etapa do concurso público:

Dica 01: leitura atenta do edital

Antes mesmo de se inscrever, o candidato deve ler todo o edital e destacar pontos importantes como:

  • cronograma;
  • regras de eliminação;
  • pontuação mínima;
  • recursos;
  • entre outras informações.

Dica 02: documentação em dia

É importante que o candidato guarde todos os documentos que  acredite serem essenciais caso precise ingressar com uma ação judicial. Como por exemplo: 

  • comprovantes de inscrição; 
  • protocolos de pedido de isenção;
  • laudos médicos;
  • declarações e cópias das provas; 
  • recursos enviados;
  • Entre outros. 

Dica 03: prazos de recurso

Em geral, os prazos para recursos administrativos são bem curtos, variando entre 2 a 5 dias úteis. 

Por isso, fique atento aos prazos para interposição de recurso contra questões, resultado preliminar, nota de redação ou eliminação em alguma fase do certame.

Dica 04: comunicação com a banca

Se notar alguma irregularidade da banca organizadora do concurso, como, por exemplo, divulgação do local de prova, tempo de realização ou na aplicação do conteúdo, registre tudo e envie comunicado à banca organizadora

Se possível, reúna provas como fotos, vídeos ou testemunhos. Esses documentos vão auxiliar em uma eventual ação judicial.

Dica 05: busca por apoio jurídico

Em situações mais graves ou persistentes, como eliminação indevida ou não convocação dentro do prazo, procure um advogado especializado em concursos públicos para garantir seus direitos na via judicial.

Conclusão

Compreender a periodicidade dos concursos públicos é apenas o primeiro passo rumo a  uma carreira sólida no serviço público. 

Afinal, conhecer seus direitos enquanto candidato (tanto antes quanto depois da prova) é essencial para enfrentar os desafios com justiça e assertividade.

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Perguntas frequentes sobre de quanto em quanto tempo tem concurso público

Agnaldo Bastos
Agnaldo Bastos

Advogado especialista em ajudar candidatos de concursos públicos que sofrem injustiças e, também, servidores públicos perante atos ilegais praticados pela Administração Pública, atuando em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e em Ações de Ato de Improbidade Administrativa.

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