Será que todos os candidatos podem contestar avaliações psicológicas em concursos públicos?
Por se tratar de uma etapa muita das vezes de caráter eliminatória nos certames, a maioria dos candidatos ficam apreensivos com a possibilidade de serem eliminados.
Por isso, neste artigo, vou te explicar o que é a avaliação psicológica nos concursos públicos e quando é possível rever a eliminação nesta fase.
O que é a avaliação psicológica em concursos públicos?
A avaliação psicológica em concursos públicos é uma etapa em que o candidato passa por uma série de exames que buscam analisar seus traços de personalidade, habilidades emocionais e capacidade cognitiva.
O principal objetivo dessa fase nos concursos é garantir que o profissional tenha o perfil adequado para exercer a função, principalmente em cargos que exigem raciocínio rápido e controle emocional como, por exemplo, policiais, bombeiros e agentes penitenciários.
Geralmente, as avaliações psicológicas nos concursos cobram testes como:
- Testes de personalidade;
- Provas projetivas;
- Avaliações de inteligência emocional;
- Dinâmicas de grupo.
Quando um candidato pode contestar a avaliação psicológica em concursos?
Um candidato pode contestar a avaliação psicológica em concursos se ocorrer algum indício de irregularidade ou erro na aplicação dos testes.
Algumas situações comuns são:
- Falta de critérios objetivos para a reprovação;
- Ausência de fundamentação clara sobre o resultado;
- Erros na aplicação dos testes psicológicos;
- Violação de direitos do candidato.
Falta de critérios objetivos para a reprovação
Uma das principais situações que acontecem nesta fase está relacionado às avaliações psicológicas com falta de critérios objetivos. Ou seja, a banca utilizou parâmetros subjetivos ou poucos claros para classificar o candidato como inapto.
Além disso, neste caso, segundo decisões judiciais, o candidato pode alegar falta de transparência e contestar a avaliação psicológica, com o objetivo de garantir o seu direito a uma reavaliação.
Ausência de fundamentação clara sobre o resultado
Outra situação comum é a ausência de uma justificativa clara e detalhada com o motivo da reprovação. É direito do candidato de concurso público saber quais foram os aspectos avaliados e quais critérios levaram ao resultado negativo.
Diante disso, na falta do parecer técnico fundamentado, o candidato pode solicitar explicações e, se não obtiver um retorno concreto, o candidato pode recorrer administrativamente e, se necessário, judicialmente.
Erros na aplicação dos testes psicológicos
Outro motivo para contestar avaliações psicológicas em concursos é quando ocorre a aplicação inadequada dos testes, como falhas na condução do exame, ambiente inadequado ou interpretação equivocada dos resultados.
Além disso, nessas situações, o candidato pode contestar seu resultado e solicitar uma nova aplicação dos testes psicológicos.
Violação de direitos do candidato
Como tratado anteriormente, todo candidato de concurso público tem direitos garantidos por lei. Dessa forma, se houver alguma violação, é seu direito questionar administrativamente e, até mesmo, judicialmente.
Algumas das ocorrências mais comuns entre os candidatos são:
- Falta de acesso ao laudo psicológico;
- Restrição do direito de recurso;
- Discriminação.
É importante ressaltar que, a Constituição Federal garante a isonomia nos concursos públicos, ou seja, nenhum candidato pode ser excluído injustamente do processo seletivo.
Como contestar avaliações psicológicas em concursos?

Para o candidato contestar avaliações psicológicas em concursos, basta seguir o seguinte passo a passo:
1) Solicitação de laudo detalhado
O primeiro passo é solicitar os laudos com os detalhes da avaliação e com os comentários feitos pelos profissionais. Este documento deve ter informações sobre critérios de análise utilizados na etapa e os motivos que levaram à reprovação do candidato.
2) Avaliação por profissional particular
Para auxiliar tecnicamente no embasamento do recurso, o candidato pode procurar um psicólogo particular especializado em avaliações psicológicas em concursos públicos.
Além disso, esse profissional pode realizar uma nova avaliação e emitir um laudo que reforce o posicionamento do candidato para ter seus testes reavaliados ou refeitos.
3) Recurso administrativo
Em seguida, verifique o prazo disponibilizado no edital do concurso para interposição de um recurso administrativo.
Ao enviar o recurso, o candidato deve lembrar de apresentar argumentos técnicos e legais para sustentar o questionamento do seu resultado.
4) Ação judicial
A banca organizadora nem sempre aceita o recurso administrativo. Por isso, se necessário, o candidato pode recorrer à Justiça.
Há jurisprudência do Superior Tribunal Federal que permite uma análise judicial de avaliações psicológicas, especialmente quando há indícios de arbitrariedade.
No entanto, é importante ressaltar que neste caso, é essencial o auxílio de um advogado especializado em concurso público, isso porque o especialista vai orientar sobre a melhor forma de argumentação jurídica para o candidato continuar no processo seletivo.
Conclusão
Contestar avaliações psicológicas em concursos públicos é um direito essencial de todo candidato, pois é um dever da banca examinadora garantir um processo seletivo justo e com maior transparência possível.
Neste artigo te mostrei diversas situações legítimas que podem ocorrer, desde a falta de critério objetivo até a violação de direitos dos candidatos.
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Principais perguntas sobre a contestação de avaliações psicológicas
Não. Essa etapa é comum em cargos de segurança pública e funções que exigem alto controle emocional.
Sim, desde que haja irregularidades, como falta de critérios claros ou erro na aplicação dos testes.
O candidato pode recorrer à via judicial para tentar reverter a decisão.
Sim, o STF já decidiu que a reprovação deve ser fundamentada e passível de revisão.
Um advogado especializado pode analisar o caso, elaborar o recurso e, se necessário, ingressar com ação judicial.