Você quer saber como se preparar para Avaliação Psicológica em um concurso público? Então, esse artigo é para você!
Nele, eu vou mostrar a resposta para essa pergunta e, também, como resguardar o seu direito em caso de eliminação.
Essa fase também é chamada de Psicotécnico, isto é, a Avaliação Psicológica.
Inclusive, ela causa muito medo, receio, ansiedade e preocupação entre os candidatos que fazem concursos de carreiras policiais.
Isso acontece porque essa fase gera muitas reprovações. Ocorrem muitas eliminações, o que faz com que as pessoas fiquem meio sem saber o porquê foram reprovadas.
Claro que existem várias situações e, inclusive, algumas até bem estranhas. Dessa maneira, também é uma fase na qual existe bastante questionamento.
Devido a isso, essa é uma fase causadora de polêmica devido às incoerências que acontecem nas avaliações.
Por isso, neste artigo, trouxe algumas dicas para ajudar você a se preparar e, assim, não ser eliminado no teste psicológico.
Além disso, vou lhe mostrar como funciona essa fase tão temida pelos candidatos.
Por que preciso me preparar para a avaliação psicológica no concurso público?
Quando você estuda para o concurso, é necessário se preparar para todas as fases do certame e não somente para a prova objetiva.
Isso porque, às vezes, você se preocupa apenas com conteúdo programático da prova objetiva, da prova discursiva e não se prepara para o Teste Físico (TAF).
Não se prepara para a avaliação médica. E também não se prepara para investigação social.
Contudo, em algumas dessas fases, será necessário preencher um formulário e, caso você esteja despreparado, pode gerar sua eliminação.
Além disso, uma das fases cruciais é a preparação para a avaliação psicológica.
Mas não estou falando que você tem de memorizar, agir incorretamente ou algo assim. Todavia, tem muitos candidatos que agem de forma antiética.
Uma atitude antiética é memorizar as respostas dos exercícios. Esse não é o nosso foco!
A preparação indicada é a familiarização e ambientação com a avaliação psicológica.
Para você entender melhor como isso acontece, vamos compreender quais são os concursos que têm esse tipo de avaliação.
Quais concursos exigem a avaliação psicológica?
Normalmente, os certames que exigem esse teste psicológico são concursos de carreiras policiais e algumas carreiras para membros de determinados órgãos.
É importante saber que essa etapa do psicológico é uma fase eliminatória, então você pode ser reprovado no concurso público durante essa avaliação.
Função do teste psicológico nos concursos
Primeiramente, saiba que os testes psicológicos não são aplicados em todos os concursos. Geralmente, são aplicados em concursos para polícia, forças armadas e corpo de bombeiros.
A fase de avaliação psicológica no certame é utilizada para detectar possíveis desvios comportamentais, distúrbios e problemas psicológicos, traços da personalidade do candidato e características psicológicas.
Assim, ele não é previsto para selecionar um perfil ideal de pessoa, mas, sim, para demonstrar traços de anormalidades psicológicas incompatíveis com as funções determinadas para o cargo concorrido.
A avaliação realizada reúne um conjunto de procedimentos técnicos padronizados e pré-definidos por meio do perfil profissiográfico.
O perfil profissiográfico é definido por uma análise minuciosa das atividades pertencentes a um determinado cargo. Assim, determinando os requisitos psicológicos pertinentes para o desempenho laboral.
O teste psicológico não é uma fase do concurso que requer estudo ou preparo prévio, é uma avaliação da personalidade e conduta esperada.
A etapa de teste psicológico no concurso é realizada após as provas escritas e teste de aptidão física. Contudo, é necessário que esta etapa esteja prevista legalmente e no edital.
A fase de avaliação psicológica precisa de previsão legal específica e também precisa estar prevista no edital do concurso. Afinal, os requisitos psicológicos exigidos deverão estar especificados no edital.
Veja a seguir brevemente o que a legislação prevê sobre os testes psicológicos em concurso público.
A importância da avaliação psicológica na seleção de servidores públicos
A avaliação psicológica, ou o famoso exame psicotécnico, é um procedimento muito conhecido por ser aplicado em casos de que uma pessoa precisa atestar com especialista um documento chamado declaração ou laudo médico para provar que esteja bem psicologicamente.
Dentre os casos, os mais comuns são avaliação psicológica nos processos de habilitação de condutores (CNH), mas, também, nos concursos públicos com previsão nos editais, principalmente os que ocupam cargos da Segurança Pública e do Poder Judiciário.
Essas avaliações psicológicas contribuem para seleção de candidatos mais aptos quando se trata do emocional, pois, dependendo da função, o servidor terá de lidar com inúmeras situações de risco, em especial aqueles profissionais de carreiras policiais.
Então, é importante manter você manter calma e tranquilidade na hora teste, ainda mais por ser uma fase eliminatória, isso será crucial na sua aprovação.
A avaliação psicológica para concursos públicos foi regulamentada em 2016 pelo Conselho Federal de Psicologia através da Resolução CFP n.º 002/2016.
Ilegalidades na avaliação psicológica dos concursos públicos
A avaliação psicológica pode ser aplicada como entrevista individual, testes psicológicos e em dinâmica de grupo.
Nesse assunto, o STF já tem entendimento demonstrando a ilegalidade na aplicação de alguns desses testes. Veja só:
1) Previsão legal
Um dos erros mais cometidos em concurso é que certos procedimentos não têm previsão na lei, ou seja, é um ato ilegal.
Desta forma, a organização do concurso público cobra o teste psicológico, porém, não se atenta em verificar se há previsão na lei que regulamenta o cargo.
Portanto, se a avaliação não estiver prevista em lei, essa exigência do teste será ilegal, então fique atento.
2) Justificativa para a eliminação
Outra questão bastante incisiva em relação ao teste, é a maneira como a banca examinadora responde, isto é, como ela justifica a sua eliminação.
Como isso acontece?
Após a banca justificar sua eliminação de maneira subjetiva. Por exemplo, ela pode dizer que você não tem uma boa taxa de agressividade ou, ainda, que ele tem muita autoconfiança.
Se você pesquisar no YouTube, verá diversos casos em que candidatos que são YouTubers, gravam vídeo para internet e foram reprovados na Avaliação Psicológica da Polícia Rodoviária Federal e de outros concursos.
Nesses casos, eles compartilham a experiência de terem sido reprovados por excesso de confiança.
Em outros casos, a banca pode dizer que você não tem a personalidade adequada para exercer a função do cargo X.
Então é muito importante você observar qual é a justificativa que a banca vai utilizar, pois, se utilizar o critério subjetivo, estará agindo com ilegalidade.
Isso porque a banca deve ser assertiva e decidir com objetividade na abordagem do seu teste.
3) Direitos do candidato no teste psicológico
A aplicação do teste psicológico nos concursos se baseia resumidamente na previsão legal, objetividade dos critérios utilizados e possibilidade de revisão do resultado.
Afinal, a falta de objetividade nos testes é um dos principais motivos que comprometem a legalidade da avaliação psicológica. Portanto, os parâmetros científicos devem ser respeitados.
Assim, o teste aplicado deve seguir os critérios científicos e objetivos conhecidos. Além disso, deve avaliar as suas características de personalidade compatíveis com o cargo público desejado.
Inclusive, a aprovação ou a reprovação no teste psicológico deve ser apresentada em um laudo. A motivação e os critérios da decisão devem ser fundamentados.
Dessa forma, o candidato considerado inapto no teste terá embasamento para questionar a correção e o resultado da avaliação. A contestação do resultado através de recurso administrativo é um direito seu.
Então, os procedimentos cabíveis para recorrer de forma administrativa devem constar no edital do concurso. Assim como, os prazos para interposição do recurso administrativo cabível.
A opção de entrar com recurso administrativo é a contestação direcionada à própria banca examinadora. Geralmente, é a primeira opção acionada quando há injustiças ou ilegalidades.
No entanto, quando o recurso administrativo é recusado ou ignorado, você pode recorrer pelas vias judiciais. O mandado de segurança é uma das opções cabíveis para contestar judicialmente possíveis ilegalidades no concurso.
- Leia também: Como contestar regras e edital do concurso público?
Como deve ser feita a análise da avaliação psicológica?
As avaliações psicológicas em concursos públicos devem ser feitas com base na Resolução CFP n.º 002/2016 do Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Essa resolução determina que os testes devem ser avaliados em conjunto e não somente um teste. Sendo assim, a análise deve ser feita de forma sistêmica.
Mas a banca, por exemplo, reprova o candidato apenas na etapa de teste de raciocínio lógico.
Às vezes, o candidato não conseguiu a pontuação necessária para aquele teste. Contudo, nos outros teve um excelente desempenho e conseguiu ótimos resultados.
Porém, devido ao desempenho no teste de raciocínio lógico, a banca acaba eliminando o candidato, ferindo essa orientação do Conselho Federal de Psicologia.
Regras do teste psicológico
Conforme mencionei, o teste psicológico aplicado nos concursos tem a função de demonstrar o preparo psicológico dos candidatos interligado às funções laborais previstas para o cargo público.
Todavia, a aplicação do teste deve seguir os parâmetros legais estabelecidos. A validade do resultado depende do procedimento utilizado durante a avaliação.
O Decreto n.º 9.739/2019 é a norma mais atualizada que norteia a aplicação da avaliação psicológica em concurso público, estabelecendo medidas eficientes e organizacionais para execução do teste psicológico.
Primordialmente, estabelece que o psicólogo deve utilizar métodos e técnicas reconhecidas pela comunidade científica, de forma objetiva e padronizada, compatíveis com o desempenho necessário do candidato para o cargo.
Além disso, a aplicação do teste psicológico nos concursos, obrigatoriamente, deve estar prevista na lei e no edital.
A avaliação psicológica deve ser baseada no perfil profissiográfico previamente definido. Assim, identificando as características psicológicas necessárias para o cargo em questão.
O edital deve especificar previamente os requisitos psicológicos necessários para o desempenho do cargo pretendido. Por fim, o resultado do teste deverá ser divulgado exclusivamente como apto ou inapto.
No entanto, todo candidato tem direito de acessar a motivação do resultado. Logo, identificando quais características de sua personalidade são incompatíveis com o cargo.
Independente de requerimento específico, os candidatos podem ter acesso à cópia da avaliação. Assim como, há possibilidade de revisão do resultado obtido.
Os prazos e as formas de interposição de recurso administrativo devem estar definidos no edital do concurso. Afinal, é um direito do candidato.
- Leia também: Exame psicotécnico em concursos: conheça as regras, motivos de reprovação e dicas valiosas
Teste psicológico deve ser restrito a aferir problemas específicos que impeçam o candidato de exercer o cargo
O exame psicológico deve ser restrito à aferição de problemas específicos que impeçam o candidato a exercer o cargo pleiteado. Esse foi o entendimento unânime do TRF 1ª Região.
A decisão anulou o ato administrativo que eliminou uma candidata de concurso público, sob a fundamentação de que não houve a demonstração de nenhum fator de inaptidão em desfavor da autora no exame psicotécnico.
A União alegou que a candidata foi avaliada segundo critérios objetivos, com resultado apurado por meio eletrônico, o que afasta qualquer subjetividade.
Contudo, a autora foi considerada inapta nessa fase do certame por não apresentar características psicológicas consoante os requisitos exigidos para o cargo de Agente da Polícia Federal.
No entanto, houve contrariedade ao princípio da isonomia, porque a candidata não seria avaliada com os mesmos padrões de rigor estabelecidos no edital e que se submeteram os outros candidatos do concurso.
Em análise ao caso, a desembargadora Daniele Maranhão, ressalta que apesar da União alegar que a candidata foi considerada inapta na avaliação psicológica, as provas juntadas ao processo, o exame pericial, bem como os demais conteúdos fáticos, demonstrou que a candidata possui o perfil para o exercício do cargo de Agente da Polícia Federal.
Dessa maneira, destacou que a avaliação psicológica em concursos públicos deve aferir a adequação do candidato quanto ao perfil profissiográfico exigido no cargo desejado, estando restrito a verificar se o candidato possui problemas psicológicos específicos que o impeçam de exercer o cargo.
Dicas para se preparar para a avaliação psicológica no concurso público
Para evitar que você seja eliminado nessa fase tão importante dos concursos públicos, darei algumas dicas essenciais. Veja!
1) Planejamento
A primeira dica para você se preparar para o teste psicológico é avaliar a sua condição psicológica, então é necessário você estar psicológica e emocionalmente bem no dia da prova.
Isso porque você irá realizar uma bateria de exames e, desse modo, é necessário você estar descansado e tranquilo. Portanto, faça refeições leves e durma em média 8h na noite anterior.
2) Entenda a dinâmica dos testes
A segunda dica é: entenda a dinâmica dos Testes. Pesquise e procure descobrir quais testes serão aplicados no seu concurso.
Veja como foi a avaliação em concursos anteriores, converse com outros candidatos.
Até porque ao saber quais são os testes e entender a dinâmica deles vai te ajudar a se familiarizar com as avaliações.
Logo, se você está familiarizado com os testes, não vai ficar surpreendido.
Muitos candidatos têm aptidão psicológica para exercer o cargo, mas acaba sendo reprovado porque não se prepara para o teste psicológico.
Dessa forma, quando chega na hora de realizar essa fase, acabam se assustando.
3) Busque referências
Busque referências e encontre outros candidatos. Veja referências de pessoas aprovadas no concurso.
O que elas fizeram para serem aprovadas no Teste Psicológico?
Também, encontre referências de pessoas que foram reprovadas para identificar o porquê elas foram reprovadas.
Isso vai ajudar bastante a manter a tranquilidade e fazer um bom teste.
4) Fique atento
Por fim, a quarta e última dica é: fique bastante atento ao que será avaliado.
Se é um teste de raciocínio, se é um teste de lógica, se é um teste de personalidade.
É importante você entender o que está por trás do teste e prestar bastante atenção no psicólogo que está ali à frente conduzindo essa bateria de exames.
Fique antenado às orientações!
Muitos candidatos não observam atentamente as orientações do fiscal e acabam fazendo algum procedimento errado, acarretando sua reprovação.
Então, é importante você ficar atento em relação ao teste psicológico.
O que fazer após ser reprovado na avaliação psicológica do concurso público?
Se você foi reprovado no teste psicológico, o primeiro passo é recorrer de forma administrativa.
Nesse caso, conte com assessoria jurídica e psicológica para lhe ajudar, esses dois especialistas serão essenciais para entrar com recurso em casos de ilegalidades.
Veja agora mais detalhes sobre as medidas você pode tomar para buscar reverter a reprovação na avaliação psicológica em concursos públicos.
Busque seus direitos
De início, a minha recomendação é que você procure um psicólogo, ele vai analisar possíveis erros na aplicação ou dos critérios na sua avaliação.
Além disso, esse profissional irá emitir um laudo descrevendo que você tem, sim, aptidão psicológica para exercer o cargo. Esse laudo ajudará bastante no recurso administrativo.
Já o advogado especialista em concursos vai auxiliar você na análise de possíveis ilegalidades e, ainda, tomará medidas para resolver seu caso, buscando sua continuidade no processo do concurso público.
Se o seu recurso administrativo for indeferido, ou seja, for negado, então você pode entrar na Justiça.
Procedimento judicial
Nos casos em que você, com o devido auxílio jurídico, identifique as ilegalidades e a possibilidade de recorrer à Justiça, os procedimentos devem ser iniciados o quanto antes.
Na Justiça, você e seu advogado terão de apresentar todas as possíveis provas e, inclusive, o laudo que o psicólogo especialista emitiu atestando erro na aplicação ou nos critérios de avaliação psicológica.
Inclusive, pode até solicitar uma perícia na Justiça a respeito do teste psicológico aplicado para demonstrar que você tem aptidão.
Apesar de tudo, vale ressaltar que na Justiça existe tanto a chance de você conseguir, mas também existe a chance de você não conseguir.
Há muitos casos de êxito em que candidatos conseguem a uma decisão favorável para voltar para o concurso para refazer o teste psicológico, bem como há casos de decisões desfavoráveis.
Em todo caso, é aconselhável que você procure um advogado especialista no assunto para lhe ajudar a lutar pelos seus direitos.
Conclusão
Como podemos perceber, é bem importante a aplicação da avaliação psicológica em concursos, cumprindo critérios científicos objetivos, pois a banca usa para identificar características psicológicas compatíveis com o cargo pretendido.
O objetivo dessas avaliações psicológicas é aferir se você, na condição de candidato, detém a aptidão psíquica necessária para ocupar a função pública e executar as atividades propostas.
Nesse caso, geralmente o procedimento envolve uma avaliação das emoções, afetos, cognição, inteligência, motivação, personalidade, atenção e memória.
Porém, os requisitos necessários e avaliados devem estar previstos no edital. Assim como, toda a objetividade do processo.
O resultado do teste deve constar em laudo fundamentado e a possibilidade de contestação via recurso é um direito de todo candidato. Qualquer conduta infundada e ilegal também pode ser contestada pelas vias judiciais.
Assim, em caso de reprovação indevida ou conduta errônea, busque auxílio de advogado especialista da área para recorrer da decisão.
Afinal, os tribunais brasileiros se posicionam de forma consistente em relação aos princípios básicos que as avaliações psicológicas devem seguir no certame.