Mudanças na Lei de Improbidade Administrativa: descubra as alterações

Mudanças na Lei de Improbidade Administrativa: descubra as alterações

A Nova Lei de Improbidade Administrativa, sancionada em 2021, trouxe importantes mudanças nas eventuais penalidades contra os agentes públicos.

Com a Lei n.º 14.230/21, houve uma tentativa de equilibrar a proteção ao patrimônio público com a segurança jurídica dos servidores, adaptando a legislação às novas demandas sociais e jurídicas.

Neste artigo, você entenderá o que motivou essas mudanças e quais são as principais alterações que afetam diretamente a sua atuação no serviço público.

Continue a leitura para se manter informado sobre os detalhes dessa importante reforma.

Nova Lei de Improbidade Administrativa: entenda as mudanças

A Nova Lei de Improbidade Administrativa, sancionada em 2021, trouxe diversas alterações na legislação que regula a responsabilização de agentes públicos por atos que atentam contra a administração pública.

A reforma da LIA, prevista pela Lei n.º 14.230/21, buscou adequar o texto original de 1992 às novas demandas sociais e jurídicas, equilibrando a proteção ao patrimônio público com a segurança jurídica dos servidores.

Neste artigo, vou explorar o que motivou essas mudanças e quais são as principais novidades da legislação.

O que motivou as mudanças na Lei de Improbidade Administrativa?

As mudanças na Lei de Improbidade Administrativa foram impulsionadas por diversos fatores políticos, sociais e jurídicos que evidenciaram a necessidade de modernizar e tornar mais justa a legislação.

Aspectos políticos

De certa forma, entendeu-se ser necessária a proteção aos agentes públicos.

Isso porque havia uma crescente preocupação em proteger os servidores públicos e gestores que, no exercício de suas funções, poderiam ser penalizados de forma indevida por decisões administrativas tomadas de boa-fé.

Assim, existia a percepção de que a lei anterior gerava insegurança jurídica e um “apagão das canetas” entre os gestores públicos foi uma das principais motivações políticas para essa reforma.

Nesse sentido, os parlamentares argumentaram que a lei anterior, ao permitir a punição por atos culposos (sem intenção dolosa), criava um ambiente de medo entre os gestores.

Aspectos sociais

É evidente que a sociedade brasileira, em geral, têm uma percepção negativa sobre a corrupção e a má gestão pública.

Contudo, ao longo dos anos, também cresceu a percepção de que muitos agentes públicos eram processados injustamente por atos sem dolo.

Então, as mudanças na lei trazem um equilíbrio entre a punição de atos ilícitos e a proteção dos servidores contra penalizações indevidas.

Com isso, a reforma da lei de improbidade foi vista como uma maneira de evitar a penalização desproporcional de agentes públicos por erros administrativos não intencionais.

Aspectos jurídicos

A jurisprudência brasileira evoluiu de modo considerável desde a promulgação da lei original em 1992.

Portanto, as novas regras incorporaram entendimentos consolidados pelos tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que passou a exigir provas mais robustas do dolo (intenção) nos casos de improbidade.

Além disso, a mudança na lei também buscou alinhar a legislação brasileira com padrões internacionais de direito administrativo sancionador.

Quais são as principais mudanças na Nova Lei de Improbidade Administrativa?

A Nova Lei de Improbidade Administrativa introduziu mudanças que afetam diretamente a responsabilização de agentes públicos e, também, a condução dos processos judiciais.

A seguir, eu comento sobre as alterações mais importantes:

Exigência de dolo

Uma das mudanças mais importantes na nova lei é a exigência de dolo, ou seja, a intenção clara e comprovada de cometer o ato ilícito, para que, assim, um agente público possa ser responsabilizado por improbidade administrativa.

Dessa forma, a nova legislação excluiu a possibilidade de punição para atos culposos, aqueles cometidos sem intenção, como por negligência, imprudência ou imperícia.

Isso significa que, para haver condenação, será necessário provar que você agiu com má-fé, buscando um benefício indevido ou causando danos deliberados ao patrimônio público.

Limitação das sanções

A nova lei também trouxe um escalonamento mais transparente e uma limitação das sanções aplicáveis aos agentes públicos. 

Isso porque, agora, as penas devem ser proporcionais à gravidade do ato praticado.

Em casos de menor gravidade, as punições podem ser limitadas à aplicação de multa, sem necessidade de imposição de sanções mais severas, como a perda da função pública ou a suspensão dos direitos políticos.

Essa alteração busca evitar penalidades excessivamente rigorosas para infrações de menor impacto.

Ressarcimento e parcelamento

Outra novidade importante é a possibilidade de parcelamento das multas e valores a serem ressarcidos ao erário.

Caso o agente público condenado demonstre incapacidade financeira para quitar o débito de uma só vez, a nova lei permite o parcelamento em até 48 vezes.

Essa medida visa facilitar a recuperação de recursos públicos desviados.

Proteção ao erário

A nova legislação reforça a proteção ao patrimônio público, mas estabelece que a mera perda patrimonial decorrente de atividade econômica não é suficiente para caracterizar improbidade administrativa, salvo se houver dolo comprovado.

Além disso, a lei prioriza o bloqueio de bens de menor liquidez, como veículos e imóveis, antes de recorrer ao bloqueio direto de contas bancárias, minimizando impactos desnecessários sobre os acusados enquanto não há decisão final.

Exclusividade do Ministério Público

A exclusividade do Ministério Público para propor ações de improbidade administrativa é uma mudança que visa aumentar a uniformidade em investigações e processos.

Anteriormente, tanto o Ministério Público quanto às entidades públicas lesadas podiam iniciar essas ações de improbidade (AIA).

Com a nova lei, essa prerrogativa é restrita ao Ministério Público, buscando evitar a multiplicidade de ações e garantir uma condução mais especializada dos casos.

Prazo para manifestações do Ministério Público

A nova legislação estabeleceu um prazo de um ano para que o Ministério Público manifeste interesse na continuidade dos processos de improbidade administrativa que estavam em andamento, inclusive aqueles que se encontram em fase de recurso.

Então, se o Ministério Público não tiver se manifestado dentro desse prazo, o processo deve ser extinto.

Essa regra visa acelerar a tramitação dos casos e evitar a perpetuação de processos sem interesse público, trazendo maior eficiência e celeridade ao Judiciário.

A Nova Lei de Improbidade Administrativa é mais branda?

A reforma da Lei de Improbidade Administrativa gerou um debate acalorado sobre se as mudanças tornaram a lei mais branda e, por consequência, enfraqueceram o combate à corrupção e à má gestão pública.

Argumentos críticos

Algumas pessoas e entidades apontam que a exigência de prova de dolo para a condenação por improbidade pode dificultar a responsabilização de agentes públicos, pois a intenção é um elemento subjetivo e difícil de comprovar.

Nesse caso, na visão dos críticos, essa mudança poderia enfraquecer o combate à corrupção ao permitir que atos prejudiciais, mas sem dolo comprovado, fiquem impunes.

Além disso, a flexibilização e o escalonamento das sanções também são vistos como uma redução ou suavização das penalidades, podendo diminuir os efeitos da lei.

Argumentos favoráveis

Por outro lado, os defensores da reforma da lei de improbidade argumentam que as mudanças são necessárias para aumentar a segurança jurídica dos agentes públicos, evitando punições indevidas por atos praticados de boa-fé.

Assim, a nova lei protege os servidores que tomam decisões arriscadas, mas necessárias, no exercício de suas funções.

Desse modo, ao concentrar as punições em atos dolosos, a nova legislação busca punir de forma mais justa e efetiva, concentrando esforços na responsabilização de agentes que agem com má-fé, enquanto protege aqueles que erram sem intenção.

Portanto, a nova lei busca um equilíbrio entre a punição de atos realmente lesivos e a proteção dos agentes públicos contra penalidades injustas, mantendo o foco na integridade da administração pública.

Impactos das mudanças na Lei de Improbidade Administrativa para os servidores públicos

A reforma da Lei de Improbidade Administrativa trouxe alterações que afetam diretamente os servidores públicos.

Isso porque as mudanças na legislação impactam a responsabilidade funcional dos funcionários, suas rotinas de trabalho e a maneira como as infrações são tratadas.

Com a nova lei, há uma reconfiguração do que é considerado ato de improbidade, em especial no que diz respeito à exigência de dolo e à exclusão da culpa como critério para punição.

Como as alterações na lei afetam a responsabilidade dos servidores públicos?

As novas regras da Lei de Improbidade Administrativa têm um efeito importante na responsabilidade dos servidores públicos.

Anteriormente, os servidores podiam ser punidos tanto por atos dolosos (intencionais) quanto culposos (negligência, imprudência ou imperícia)

Com a reforma, a responsabilidade dos servidores passou a estar diretamente ligada à prova do dolo, ou seja, à intenção de cometer uma irregularidade.

Responsabilidade funcional:

  • Exigência de dolo: agora, somente atos praticados com intenção de lesar a administração pública ou de obter vantagem indevida podem resultar em condenação por improbidade. Isso significa que erros administrativos cometidos sem má-fé não podem mais ser punidos sob essa legislação;
  • Proteção jurídica: a mudança proporciona maior proteção aos servidores que atuam de boa-fé, garantindo que não sejam penalizados por decisões que, embora resultem em prejuízo, foram tomadas com a intenção de beneficiar a administração pública. A segurança jurídica aumenta, permitindo que os servidores tomem decisões com maior tranquilidade, sem o temor de punições injustas.

Repercussões das mudanças na rotina dos servidores públicos

As alterações na Lei de Improbidade Administrativa também impactam a rotina dos servidores públicos, modificando a maneira como você deve conduzir suas atividades diárias e processos de tomada de decisão.

Mudanças práticas na rotina:

  • Decisões mais seguras: com a nova lei, você pode se sentir mais confiante em suas decisões, sabendo que não será responsabilizado por erros honestos ou por interpretações divergentes da lei, desde que não haja dolo;
  • Maior flexibilidade na tomada de decisões: a nova legislação permite que você assuma riscos calculados, necessários para a inovação e melhoria dos serviços públicos, sem o medo de ser punido por resultados não intencionais;
  • Necessidade de registro e justificativa: ao mesmo tempo, as mudanças podem aumentar a necessidade de documentação e justificativa das decisões tomadas. Como a prova de dolo é essencial para a condenação, você pode precisar registrar de forma mais detalhada o processo de tomada de decisão para se proteger contra eventuais acusações de improbidade.

O fim da punição por atos de culpa: veja consequências e debates

Uma das mudanças mais debatidas na nova Lei de Improbidade Administrativa é a exclusão da punição para atos de culpa, ou seja, aqueles cometidos por negligência, imprudência ou imperícia.

Consequências práticas:

  • Maior segurança na sua rotina: com a eliminação da punição por culpa, você fica mais protegido contra processos que possam decorrer de falhas involuntárias ou erros administrativos sem intenção de causar dano. Isso diminui a insegurança jurídica e pode evitar um cenário em que os servidores se sintam pressionados a evitar qualquer ação por medo de represálias;
  • Desafios na comprovação de dolo: por outro lado, a necessidade de comprovar dolo para qualquer condenação pode dificultar a punição de servidores que cometem infrações graves, mas sem uma intenção clara de causar dano. Alguns críticos argumentam que essa mudança pode enfraquecer o combate à má gestão e à corrupção, já que muitas vezes a má-fé é difícil de ser demonstrada;
  • Impacto na responsabilização: a exclusão dos atos culposos da esfera da improbidade administrativa pode resultar em uma menor quantidade de processos contra servidores públicos. Isso pode ser visto tanto como um benefício, ao reduzir o número de litígios considerados abusivos, quanto como um risco, caso permita que atos prejudiciais fiquem impunes por falta de evidências de dolo.

Retroatividade da Nova Lei de Improbidade Administrativa

A reforma da Lei de Improbidade Administrativa introduziu importantes mudanças nas regras.

Essas alterações impactam diretamente os processos em andamento, trazendo um novo direcionamento para a aplicação da lei aos fatos anteriores à sua vigência.

Nesse sentido, um dos princípios constitucionais aplicáveis é o da retroatividade benéfica, que garante a aplicação das regras mais favoráveis aos réus em processos de improbidade administrativa.

Assim, baseado no art. 5º, inciso XL da Constituição Federal, o princípio da retroatividade determina que a lei nova, se mais benéfica, deve ser aplicada a fatos anteriores à sua promulgação.

No caso da nova Lei de Improbidade Administrativa, isso significa que as disposições que favorecem os agentes públicos, como a exclusão de atos culposos, podem ser aplicadas de forma retroativa.

Com isso, muitos processos de improbidade administrativa que estavam em andamento antes da reforma podem ser afetados por essa regra.

Então, por exemplo, um agente público estava sendo processado por ato culposo, a aplicação da nova lei poderia levar à extinção do processo, uma vez que a nova legislação não considera mais a culpa como critério para punição.

Alterações no prazo prescricional da improbidade: o que muda para os processos em andamento?

A nova lei também alterou os prazos prescricionais, estabelecendo um novo marco temporal para a punição dos atos de improbidade administrativa.

Veja a seguir mais detalhes sobre o novo prazo prescricional:

  • Prazo único de oito anos: a nova legislação estabelece que o prazo para a prescrição da ação de improbidade administrativa será de oito anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência do ato. Esse prazo é único e substitui os prazos anteriores, que variavam conforme o término do mandato ou da função do agente público;
  • Impacto nos processos existentes: para processos em andamento, a nova regra pode resultar na extinção de ações que já ultrapassaram o novo prazo prescricional, assim, beneficiando os réus. Além disso, a aplicação da retroatividade benéfica pode fazer com que processos mais antigos, ainda não julgados, sejam afetados, limitando a possibilidade de condenação;
  • Agilização dos processos: a unificação e clareza do prazo prescricional visa dar mais celeridade e previsibilidade aos processos de improbidade administrativa, evitando que ações se arrastem de forma indefinida nos tribunais.

Portanto, as mudanças na Lei de Improbidade Administrativa, ao alterar tanto a retroatividade quanto a prescrição, trazem novos desafios e oportunidades para os agentes públicos.

Análise jurídica das mudanças na Lei de Improbidade Administrativa

As mudanças na Lei de Improbidade Administrativa, introduzidas pela Lei n.º 14.230/21, têm gerado um amplo debate jurídico sobre seus impactos e a maneira como os princípios constitucionais e as decisões judiciais devem ser aplicadas a partir de agora.

Por isso, vou tratar sobre os principais aspectos jurídicos das alterações, abordando a aplicação dos princípios constitucionais no Direito Administrativo Sancionador, o papel do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na interpretação da nova lei, além de críticas e elogios que a reforma tem recebido.

Aplicação dos princípios constitucionais no direito administrativo sancionador

A nova Lei de Improbidade Administrativa reforça a aplicação dos princípios constitucionais no Direito Administrativo Sancionador, buscando garantir maior proteção aos direitos dos agentes públicos e, também, assegurar que as sanções sejam aplicadas de forma justa e proporcional.

Princípios constitucionais relevantes:

  • Princípio da legalidade: a nova lei reforça o princípio da legalidade ao delimitar com mais precisão quais condutas configuram atos de improbidade. Isso visa evitar interpretações extensivas e subjetivas que poderiam levar à punição de atos não previstos expressamente na norma;
  • Princípio da proporcionalidade: com a exclusão dos atos culposos e a exigência de dolo, a nova lei busca garantir que as sanções aplicadas sejam proporcionais à gravidade do ato praticado. O escalonamento das penas também reflete essa preocupação em ajustar a resposta punitiva ao grau de culpa do agente;
  • Princípio da retroatividade benéfica: conforme este princípio constitucional, as disposições mais favoráveis ao réu devem ser aplicadas de modo retroativo, podendo beneficiar agentes públicos que respondem a processos por atos de improbidade administrativa.

Nesse caso, os tribunais e órgãos administrativos devem aplicar esses princípios ao interpretar e executar as normas da nova Lei de Improbidade Administrativa.

Assim, garantindo que as ações sejam conduzidas com base na legalidade, proporcionalidade e proteção dos direitos fundamentais dos agentes públicos.

O papel do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na interpretação da nova lei

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem desempenhado um importante papel na interpretação e aplicação da nova Lei de Improbidade Administrativa, especialmente em sua função de uniformizar a jurisprudência sobre o tema.

Inclusive, o STJ já se manifestou de modo favorável à aplicação retroativa da nova lei, com base no princípio da retroatividade benéfica.

Isso significa que muitos processos em andamento podem ser revistos com base nas novas disposições, beneficiando réus nas situações em que a legislação anterior seria mais dura.

Nesse sentido, o Tribunal tem adotado a nova exigência de dolo como um critério determinante para a punição por improbidade.

Com isso, o STJ tende a exigir provas mais robustas da intenção dolosa nas ações judiciais, podendo resultar em um filtro mais rigoroso sobre quais casos de improbidade administrativa merecem condenação.

Além disso, as decisões do STJ refletem a necessidade de aplicar sanções proporcionais ao dano causado e, também, ao grau de envolvimento doloso do agente público, em consonância com os princípios constitucionais e a nova legislação.

Como os servidores públicos devem se preparar para as novas regras sobre improbidade administrativa?

Com a implementação da nova Lei de Improbidade Administrativa, os servidores públicos precisam estar atentos às mudanças e adotar medidas práticas para evitar penalidades.

A seguir, eu trouxe orientações para você se adequar às novas normas e saber quando buscar apoio jurídico especializado.

Dicas práticas para evitar penalidades com base na nova lei

Para os servidores públicos, é essencial entender as novas regras e adotar práticas que previnam qualquer acusação de improbidade administrativa.

Veja a seguir algumas dicas valiosas.

1. Compreender as novas regras

  • Estudo da legislação: é fundamental que você se atualize sobre as mudanças introduzidas pela Lei n.º 14.230/21, especialmente em relação à exigência de dolo e à exclusão da culpa;
  • Participação em treinamentos: cursos e palestras sobre a nova lei podem ser uma forma eficaz de se familiarizar com as mudanças e entender como elas impactam a prática administrativa.

2. Documentar decisões e atos administrativos

  • Registro de decisões: sempre que possível, documente as decisões e os atos administrativos, em especial aqueles que envolvem maior risco ou eventual controvérsia, porque esses registros podem ser fundamentais para demonstrar a ausência de dolo;
  • Consultoria interna: antes de tomar decisões que envolvam altos riscos, consulte as áreas jurídicas ou de compliance da empresa, se tiver. Esse apoio pode ajudar a validar a legalidade e a conformidade das decisões com a legislação vigente.

3. Manter a transparência e a impessoalidade

  • Adoção de boas práticas: mantenha-se alinhado aos princípios da administração pública, como legalidade, impessoalidade e transparência;
  • Evitar conflitos de interesse: seja diligente em identificar e evitar situações conflitantes, por exemplo, as nomeações, contratações e outras ações que possam ser interpretadas como favorecimento devem ser evitadas ou, ao menos, bem justificadas.

Quando buscar um advogado especializado em improbidade administrativa?

Mesmo com todas as precauções, pode haver situações em que você precisa de orientação jurídica especializada.

Por isso, saber quando procurar um advogado pode ser crucial para a defesa dos seus direitos e, também, para a correta condução do processo.

Veja agora mais detalhes.

1. Após receber notificação ou abertura de inquérito

  • Início de investigação: caso você receba uma notificação (citação ou intimação) sobre a abertura de inquérito ou processo relacionado à improbidade administrativa, eu aconselho buscar de imediato um advogado especializado, porque a orientação jurídica no início do processo pode ser determinante para o sucesso da defesa.

2. Na tomada de decisões de alto risco

  • Decisões sensíveis: antes de tomar decisões administrativas que envolvam alto risco de contestação ou, ainda, que possam ser interpretadas como favorecimento ou desvio de conduta, é prudente consultar um advogado, porque isso pode prevenir ações judiciais futuras e garantir que a decisão esteja em conformidade com a lei.

3. Para revisão de processos e procedimentos

  • Compliance e auditoria: solicitar a revisão de procedimentos internos e de processos administrativos por um advogado especializado pode ajudar a identificar vulnerabilidades e a implementar medidas preventivas, evitando-se os futuros litígios.

4. Dúvidas sobre retroatividade e prescrição

  • Impacto das mudanças: se houver dúvidas sobre como as mudanças na lei afetam processos em andamento ou, também, sobre a aplicação da retroatividade benéfica, um advogado especializado pode fornecer orientações específicas para o caso em questão.

Portanto, estar bem preparado e contar com o suporte de um advogado especializado são medidas essenciais para você desempenhar suas funções com segurança e em conformidade com a nova Lei de Improbidade Administrativa.

Conclusão

As mudanças na Lei de Improbidade Administrativa representam uma transformação importante na proteção dos agentes públicos e, também, na forma como a responsabilização por atos ilícitos é conduzida.

Por isso, entender essas alterações e se adaptar às novas regras é essencial para atuar com segurança e evitar penalidades indevidas.

No entanto, caso você tenha dúvidas sobre como essas mudanças podem impactar sua atuação ou, ainda, esteja envolvido em um processo de improbidade, não hesite em buscar orientação jurídica especializada.

Agnaldo Bastos
Agnaldo Bastos

Advogado especialista em ajudar candidatos de concursos públicos que sofrem injustiças e, também, servidores públicos perante atos ilegais praticados pela Administração Pública, atuando em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e em Ações de Ato de Improbidade Administrativa.

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